2019 - Desmarginações - Clóvis Galeria Café, Belo Horionte/MG.
2018 - Como uma quilha corta as ondas - Curadoria de Manu Grossi - Casa Azeitona, Belo Horizonte/MG.
2018 - Foto-Topias - [Entre Espaço e Fotografia] - Centro Cultural da UFMG, Belo Horizonte/MG.
FOTO-TOPIAS é um laboratório para ativar diálogos entre fotografia e espaço. Fotografia, porém, não remete somente à natureza de um meio técnico, contraposto ao desenho ou à pintura. Da mesma forma, o espaço não é simplesmente uma dimensão física: espacialidade remete a múltiplos discursos e práticas de ordem social, simbólico, cultural, político, militar, econômico, jurídico, biológico... Conceitos como hábitat, jurisdição, geopolítica, território ou paisagem, por exemplo, remetem cada um a sua maneira a diversos aspectos e regimes discursivos da noção de espaço. Portanto, ao invés de chegar com uma exposição já pronta, com obras e imagens “prêt-à-porter” (trazer, desembalar, montar, desmontar, embalar e levar de volta) nossa proposta é uma pesquisa nas próprias noções de lugar, local ou lócus, topos e situ (no sentido da produção in situ, e também de site specific) realizadas a partir de, e na junção de várias pesquisas que, em andamentos separados, tiveram já vários momentos e lugares de encontros fotográficos nos últimos três anos. É nesse laboratório de entrecruzamentos que construímos e ativamos as brincadeiras que constituem esta exposição: a câmera escura de Rosceli Vita, por exemplo, é um diálogo do espaço como imagem, mas também, do espaço como cenografia, como micro-teatro de acontecimentos. As Azuis Interfaces de Adaiany Rodrigues, ao mesmo tempo em que dialogam com o espaço e as janelas da sala, com o objeto/dispositivo cultural “cortina”, conversam também com as relações entre fundo e figura, desdobrando-a nas hibridações e diálogos entre homem/território e natureza/cultura. As Fragmentações e Vazios de Adolfo Cifuentes apostam à ideia da incompletude e da imagem como fenômeno sempre a construir, como convite sempre a preencher, como pergunta sempre a responder. E, assim por diante, as diversas obras que compõem a mostra foram construídas nos desdobramentos e interfaces que surgiram na junção e embate entre os dois termos dessa equação (Topos/Fotos) realizada aqui através dessa construção de sentido chamada Montagem, no contexto desse dispositivo cultural chamado Exposição, nos ambientes generosos destas salas que nos falam de outros tempos, de outra cidade, de outras funções e afazeres que povoaram e habitaram... e que povoaram e habitarão ainda, esta bela casa, localizada no centro deste belo horizonte.
2016 - Festival Camelo de Arte Contemporânea - Galpão Paraíso, Belo Horizonte/MG.
2016 - 4x5 - Espaço f, Escola de Belas Artes da UFMG / com apoio do BDMG Cultural - Belo Horizonte/MG.
Toda arte ambiciona ser fotografia”. A frase provocativa proferida por Phillippe Dubois durante palestra em Belo Horizonte, pavimenta o caminho percorrido pela arte ao longo do ultimo século. Apesar da breve existência, a fotografia como processo de geração de imagem, migrou de sua condição nativa de documento histórico para o ambiente da representação subjetiva e interpessoal, própria das questões abordadas pela arte, estando fortemente apoiada em aspectos simbólicos e culturais. A exposição a seguir apresenta uma fotografia multifacetada tematicamente, plural em abordagens e universal em significados, pertinente com o momento histórico que vivemos. O título 4x5 faz referencia não somente a multiplicidade de atores envolvidos, quanto à força das narrativas visuais tratadas por estes 5 artistas, que unidos pela casualidade de um edital, demonstra vitalidade para outras exibições. Adolfo Cifuentes e Rosceli Vita questionam a materialidade da imagem, construindo objetos que exploram suportes diversos, alguns retirados do descarte doméstico. O tema da auto representação aparece em conformidade com as fotografias encontradas nas cédulas de identidade, tomadas frontalmente, neste caso permitindo questionamentos sobre a unidade (ou multiplicidade) do indivíduo. Gualter Naves pertence a uma linhagem de fotógrafos que aborda o mundo frontalmente. Ele sabe que a imagem fotográfica é uma construção simbólica, uma tomada de decisão, um posicionamento que vai refletir não somente sua visão estética, mas também uma ideologia de vida, materializada na escolha do certo momento (ou de momento certo), a partir de determinado ponto de tomada da cena. Jade Liz por sua vez, independe da realidade para desenvolver sua pesquisa visual, buscando inspiração no lirismo surreal. A finitude do corpo representada pelo binômio transitório- permanente, aparece instigando a imaginação para o depois, o que está por vir, uma tensão reforçada pelo ato de suspensão momentânea da vida, aqui proposta pelo título da série, Still. Thierry Carre apresenta abstrações geométricas, porém ancorado em certa representação do real. Observando e fragmentando o comportamento da luz ao atingir grandes superfícies reflexivas, o artista atua como um pintor dispondo tinta em uma tela, compondo a partir das bordas, incluindo o que não pode sobrar. Esta mostra coletiva apresenta narrativas visuais distintas e personalizadas, constituindo um micro recorte na produção autoral contemporânea. A arte pode não ter se tornado fotográfica, mas a fotografia continua demonstrando vitalidade para materializar expressões e pensamentos em consonância com os anseios da arte produzida na contemporaneidade. Tibério Franca
2016 - As Cidade e as Memórias - Foto em Pauta | Festival de Fotografia de Tiradentes - Sobrado Quatro Cantos, Tiradentes/MG.
Heterotopias: espaços de alteridade ao mesmo tempo, reais e mentais. Construí uma câmara obscura de múltiplos furos que, como olho multifacetado, me permite olhar a cidade e os espaços que frequento de maneira enriquecida e diversa. Filtrado por múltiplas projeções nas pequenas telas que recebem a imagem formada através dos estenopos (furos), e das lentes, o espaço corriqueiro diversifica-se em vários universos de inversões especulares e desdobramentos inusitados. Apresento aqui essas imagens múltiplas, registradas com a câmera digital através do furo que realizei expressamente para fotografar o interior da caixa: com perspectivas fantasmagóricas nas quais, às vezes, nem eu mesma reconheço os espaços que habito.
Mostra da disciplina Articulações da Fotografia na Arte Contemporânea
Programa de Pós Graduação em Arte, EBA, UFMG
A cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas (…) cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras. Ítalo Calvino, As cidades invisíveis. (As Cidades e a Memória, Zaira)
A fotografia assinala um campo de instabilidades e redefinições: da memória individual e coletiva, das noções de documento e criação, de objetividade nos múltiplos realismos que se apropriaram dela (ciências exatas e humanas, jornalismo, manipulação jornalística, semiótica, espiritismo, arte, pornografia, arquivo, construção de individualidade e noção de sujeito...).
No percurso da disciplina, e desta exposição que a complementou, abordamos o fotográfico a partir das suas relações com aquele outro campo de instabilidades chamado Arte e com essa partilha de tempo ainda em construção que constitui nosso hoje, nossa "contemporaneidade", isto é, as nossas formas de pensar o passado, o futuro, a "realidade" do presente. A cidade, o olhar fotográfico sobre elas, a memória, nossas cidades, nossas memórias, e as suas contra-partes: as tragédias da destruição, do esquecimento e da marginalidade foram aparecendo. E também a potência da imagem para imaginar o real, reconstituí-lo e sonhá-lo. Realidade, Cidade, Memória, Documento, Ficção, Fotografia, Arte: modelos para armar que foram se encorpando e materializando nesse laboratório que constitui sempre o formato "exposição": cidades, memórias, tragédias, narrativas... traduzidas todas elas a versões "fotográficas" nesse universo de plasticidades infinitas que constituem a imagem, a fotografia... e a arte.
Adolfo Cifuentes
2015 - III Semana de Fotografia de Belo Horizonte - Centoequatro, Belo Horizonte/MG.
A paisagem é uma vivência humana que parte da observação e interpretação do mundo que nos cerca. Ela resulta sempre do encontro de um espaço com o olhar, não podendo existir sem um observador. Consiste na reflexão e entendimento subjetivo da pessoa que observa. E para a artista ela vai muito além: as vistas se transformam em material a ser apropriado e ressignificado, para então ser apresentado e compartilhado.
Rosceli capta imagens de Belo Horizonte, com foco no crescimento desordenado dos centros urbanos e periferias, na falta de espaço, no caos, na cidade que, muitas vezes, se transforma em lugar de passagem e não de permanência, em uma rede de estruturas cada vez mais fragmentada e complexa, que maximiza a impessoalidade, sufoca o indivíduo.
“Intimidade” propõe, assim, a reflexão acerca da relação que estabelecemos com o espaço e com a vida cotidiana. Nesse sentido, as imagens são apresentadas em pequenos formatos (3,5 x 2,4 cm), e soam como um convite à aproximação. Para o observador, a obra se transforma em uma experiência que carrega aspectos da própria cidade: é necessário chegar perto para realmente ver; e, para notar os detalhes, chegar ainda mais perto e gastar mais tempo observando.
2015 - 4x4 - Galeria de Arte do BDMG Cultural, Belo Horizonte/MG.
2015 - O Imaginário Compartilhado - Galeria de Arte do BDMG Cultural, Belo Horizonte/MG.
O imaginário compartilhado - por Rodrigo Vivas
O que define o desejo de artistas que, ao imaginarem uma situação de pertencimento, se propõem a realizar uma exposição coletiva? O interesse decorre de uma constituição de afinidades pessoais ou os artistas compartilham questões comuns em suas obras? Algumas vezes, o que realmente importa é o espaço simbólico construído com as produções que convivem temporariamente em uma mesma galeria.
Os trabalhos dos artistas possuem uma relevância inquestionável em termos individuais e apontam caminhos que poderão ser desenvolvidos em pesquisas futuras e exposições individuais.
Rosceli Vita constrói croquis que fornecem os primeiros caminhos para a execução de um plano arquitetônico. A noção de pirâmide visual foi usada no quatrocentos para produzir a sensação de proporcionalidade entre os objetivos representados. A multiplicidade de visões se reduz a uma que se organiza em um único ponto de vista. Mas um olhar mais atento nos faz questionar se as representações de Rosceli são verdadeiramente viáveis. Para tanto, basta caminhar pelas obras da artista para nos depararmos com a vertigem. Espaços impossíveis, construções prestes a ruir. Mas não seria essa a sensação ao visitarmos algumas ocupações que parecem desafiar a gravidade?
As construções também parecem fascinar Betho Freitas. O artista utiliza o recurso das nuances entre cinza e preto que produz a sensação de pedras, paredes, fios e postes. Como não lembrar do Carceri D'Invenzione de Piranesi? Os espaços construídos pelo artista produzem um duplo movimento: de reconhecimento e estranhamento. Seriam afinal cidades verdadeiras ou imaginárias?
Anna Luiza Magalhães também nos provoca a imersão em sombras, mas com rostos que abandonam o espaço imaginário e são projetados para o observador. Somos acometidos pelo desejo de olhar e o receio de fixar a visão em formas tão carregadas de força que nos tornamos imediatamente cúmplices. Assim como as cenas urbanas de Fernando Pieruccetti em Miséria e Jornaleiros e o trabalho de Ivan Serpa na série Fase Negra, de quem o Museu de Arte da Pampulha possui uma pintura da série de 1965.
Um caminho distinto em termos formais é oferecido por Lamounier Lucas. Trabalhando com o deslocamento e sobreposição de imagens da sociedade de massas, realiza um tensionamento de sentido que ora remete à ironia e, algumas vezes, à comicidade. Desta forma, proporciona à exposição um caminho diverso que pode ser visto como complementar ou ruidoso e que caberá ao público definir o que caracteriza essa exposição coletiva.
2015 - Foto-Sensibilidades - exposição do grupo de pesquisa em fotografia química, Al-Quimica, no Espaço f da Escola de Belas Artes da UFMG.
FOTO - SENSIBILIDADES é a segunda mostra do ciclo Três Contaminações Fotográficas por meio do qual o Espaço f visibiliza lugares, práticas, diálogos e estratégias de inserção do fotográfico na arte contemporânea. Trata-se, neste caso, da exploração de várias técnicas e materiais foto-sensíveis realizada pelos membros do coletivo e grupo de pesquisa Al-Química, composto por funcionários, professores, alunos, ex-alunos da graduação e da Pós-graduação da EBA. Nela, as foto-sensibilidades químicas constituem o foco da pesquisa: pinholes, câmeras artesanais de grande formato, cianotipia, filme preto e branco de 35 mm foram alguns dos suportes utilizados ao longo do ano passado nos encontros semanais de trabalho. Depois disso, as diversas foto-sensibilidades passaram a estabelecer conversas, trocas e reelaborações: com os próprios negativos, por exemplo, em papel preto e branco usados na câmera de grande formato, os quais serviram de base para outros processos posteriores (v.g. re-fotografando-os com câmera pinhole). Mas também dialogando com o digital, escaneando os negativos para pós-produção e impressão digital das cópias finais. Diversos projetos optaram por estratégias e diálogos particulares, tanto no que tem a ver com os entrecruzes entre o químico e o digital quanto nas estratégias que cada um deles desenvolveu para conversar com as paredes e corredores que compõem o Espaço f: f de fotografia, f de abertura de diafragma. Mas também espaço-e, com e de experimentação, e espaço l: espaço-laboratório para pensar e experimentar as estratégias de visibilidade e apresentação das imagens e da arte. Adolfo Cifuentes
2015 - Fragmentações e Materialidades Fotográficas - Foto em Pauta | Festival de Fotografia de Tiradentes - Centro de Estudos da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, Tiradentes/MG.
A fotografia, como qualquer outro tipo de imagem, precisa de suportes, de veículos que lhe permitam “tomarcorpo”, se materializar, para se tornar visível. Uma das revoluções que trouxe o campo digital para a fotografia tem a ver com as diversas perguntas sobre a sua materialidade, que já não está só no papel, no negativo, no filme, mas também no pixel, na tela, nos protocolos, redes, programas e sistemas que permitem a sua visualização, circulação. Exploramos, de uma parte, essas materialidades: trabalhamos com fotografia digital, processamos e manipulamos com ferramentas e programas de computador. Porém, trabalhamos com ela também a partir do registro “puro” e a partir do momento no qual ele se encorpa. Imprimindo sobre papel, recortamos, montamos e experimentamos também as diversas materialidades e espacialidades da montagem museográfica, a “cultura” que opera no formato “Exposição” e no protocolo “Cubo Branco” como sistemas expositivos das artes: as fotografias vão montadas na parede, exploram suportes diversos e incorporam os materiais da cultura industrial: embalagens, tampas de refrigerante, diversos tipos de plástico e lixo industrial, etc. O tema do corpo, do retrato, da representação do sujeito é explorado em nosso trabalho se desdobrando nos temas da totalidade e do fragmento. Interessam-nos, de um lado, o fenômeno perceptivo da reconstrução da totalidade a partir do fragmento, e de outro, uma certa atomização do sujeito, certa multiplicidade do individuo. A maneira como ele não é uma unidade compacta, mas uma somatória de níveis, camadas. É assim que esses “retratos” se aproximam à representação da pessoa: mais como um modelo para armar que como um fenômeno já dado. Adolfo Cifuentes, Rosceli Vita, Belo Horizonte, 2015
2013 - Sin Fronteras - Universidad Industrial de Santander Sede Socorro Santander, Colombia.
2013 - Muro Líquido - Universidad Tecnológica de Pereira, Colombia.
Obra colectiva realizada por Adolfo Cifuentes, Rosceli Vita y alumnos de la Escola de Belas Artes, Univerdiade Federal de Minas Gerais, Estado de Minas Gerais, Brasil Las "Namoradeiras" son una tipología de escultura decorativa propia del estado de Minas Gerais, Brasil. El canon establecido por esa representación es la figura de una chica joven bonita en la ventana de una casa, en posición de espera, añoranza o nostalgia por su enamorado... o por el amor. Normalmente tienen el tamaño natural de una persona real y actúan como especies de trompe-à-l'oeil: el transeúnte que pasa piensa que realmente hay una mujer en la ventana, sólo cuando está cerca entiende que se trata de una escultura. Invariablemente las jóvenes son representadas con el brazo sosteniendo el mentón. Otra característica de la tipología es la de reducir el cuerpo a solamente la representación del torso, es decir, no el cuerpo entero, ya que, al ir apoyadas en el vano de la ventana, dan la idea que se trata de una figura de cuerpo entero. En el Muro Líquido se construye una imagen habitáculo que reanima el espíritu del balcón como lugar privado y público al mismo tiempo en una suerte de comunión, mezcla de belleza, juego, situación y seducción.
2012 - AMOSTRA - Casa Camelo, Belo Horizonte/MG.
2010 - Deriva (2) - Centro Cultural da UFMG - Belo Horizonte/MG.